segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Duas observações: Homossexualismo e Futebol

Obs. 1: Às vezes é bom acontecer uma coisa dessas em um dos esportes mais machistas que existe.
O nosso amigo Emerson Sheik, que joga para aquele time, justo aquele em que a torcida costuma cantar incansavelmente em coro nas arquibancadas "pra cima delas Timão, da 'bixarada'!", publicou em uma rede social a foto abaixo. Parece até ironia, né?

Ele sendo gay ou não, o que quero observar é que nós não podemos enxergar isso como um problema para quem joga futebol. Desde que o cara faça o trabalho dele, que é JOGAR BOLA, ele que faça o que quiser da vida amorosa dele.

Claro, o que o Emerson fez pode ser que não passe de uma brincadeira, mas a revolta da torcida, e as gozações também, só desperta ainda mais um sentimento homofóbico que ronda o futebol, tão esteriotipado como um esporte exclusivamente masculino, do qual existem muitos gays sim, mas que não assumem por medo de represálias.  TODOS os times têm, aliás, todas as profissões!
Com isso, quem sabe um dia aquele torcedor fã do camisa 11 pense duas vezes antes de chamar um rival de "bambi", afinal, "o cara joga muito, é isso que importa"...

Obs. 2: Agora, eu não poderia deixar de observar o que a torcida do Corinthians deveria ficar realmente 'puta': o fato de Emerson Sheik estar muito presente nas últimas manchetes, sempre motivadas por suas declarações polêmicas, provocações aos rivais, comportamentos infantis dentro de campo, e nunca pelo seu futebol, este sim é importante, que aliás, ultimamente ele está devendo bastante.

Menos manchete, querido. Mais futebol!



domingo, 24 de fevereiro de 2013

A fatalidade como lição


O assunto da semana foi a tragédia na última quarta-feira, na partida de estréia no Corinthians na Libertadores da América contra o San José, na cidade de Oruro, na Bolívia. O torcedor boliviano, Kevin Espada, de 14 anos, morreu ao ser atingido por um sinalizador partido da torcida do Corinthians, durante comemoração do gol de  Guerrero. Doze torcedores corintianos estão presos preventivamente, enquanto a polícia boliviana dá continuidade nas investigações. Os presos juram inocência e declaram não saber quem fez o disparo do sinalizador. A Conmebol, Confederação Sul-Americana de Futebol, aplicou como punição ao Corinthians, portões fechados para a torcida nas partidas da Libertadores.

Enterro do garoto Kevin na Bolívia.
Essa é uma situação muito delicada de opinar, ainda mais se tratando de um caso tão grave, em que há uma certa dificuldade de encontrar um culpado no meio de um grupo tão grande de torcedores. As imagens da TV mostram o momento do disparo do sinalizador, logo após o primeiro gol, durante a subida do bandeirão da organizada, imagem esta, difícil para uma identificação.

Não há como negar, foi um ato de muita irresponsabilidade e vandalismo. Se não foi um disparo acidental, a intenção não era das melhores, pelo contrário, seria de intimidar ou ferir o adversário.
A organizada do Corinthians carrega um o estereótipo ruim, pelo envolvimento em vários casos de brigas e confusões, e infelizmente o bom torcedor acaba pagando por isso também.
É lamentável, mas a Conmebol acertou na punição. Os portões fechados para a torcida, em uma das competições consideradas mais favoritas, é algo marcante, que servirá de exemplo para qualquer torcedor, que pensará duas vezes antes de cometer um ato de violência.
Vale a pena destacar, que não deveria ser descartada uma punição também ao clube boliviano, que falhou na segurança ao deixar torcedores entrarem com objetos que representam perigo, isso não pode passar em branco.

Injusto seria se a punição fosse a eliminação do Corinthians da Libertadores, afinal a equipe lutou para chegar onde chegou e não deve ser prejudica por algo causado por torcedores. Com os portões do Pacaembu fechados, conseqüentemente, o clube terá seus danos, pois perde em não ter seu torcedor dentro do estádio, que é a sua principal fonte de renda, mas, não vejo outra maneira do torcida sentir a punição.


Gaviões da Fiel tem um culpado

Neste final de semana, o advogado que representa a organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, declarou que o culpado pelo disparo seria um adolescente de 17 anos, membro da torcida, que diz estar em estado de choque pelo que aconteceu, e será apresentado a Vara da Infância e da Juventude, nesta segunda-feira em Guarulhos, confessando o ato.

Diante desta declaração, me vêem uma série de questões: se ele foi realmente o autor, porque só agora essa confissão? Por ser menor de idade, e ter punições menos severas que um adulto, será que não estaria se apresentando para encobrir um verdadeiro responsável? Não dá para afirmar nada por enquanto, torço para que Brasil e Bolívia tenham excelência nas investigações e encontrem o verdadeiro responsável.

O Corinthians já entrou com a ação de defesa, contra a punição da Conmebol e aguarda uma resposta da entidade.
É possível notar um sentimento de luto pelo garoto Kevin, tanto por profissionais quanto por torcedores do Corinthians, afinal, é uma vida que se foi inutilmente, e é comum ficar sentido com uma morte assim, ainda mais se tratando de uma criança. Mas que sirva de exemplo para qualquer torcedor, de qualquer time, que deixa o fanatismo doentio falar mais alto do que o respeito e a tolerância dentro dos estádios.

Independente do resultado das investigações, das punições aplicadas pela Conmebol, nada irá tirar a dor dessa família que perdeu um membro, mas se daqui pra frente, a segurança for mais rígida dentro dos estádios e os torcedores se conscientizarem de que futebol é entretenimento e não uma guerra, muitas vidas poderão ser poupadas.

Torcida corintiana manifesta sentimento por Kevin na partida deste domingo contra o Bragantino.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Os reforços vêm ai, e o bixo vai pegar!


A Copa São Paulo de Futebol Júnior, competição dos jovens talentos das categorias sub-20 dos times brasileiros, encerrou a fase de grupos, e a partir desta terça-feira, começarão os primeiros confrontos na fase de mata-mata. Com isso abre alas para os campeonatos estaduais, que prometem ser bem acirrados este ano.

Os grandes clubes investiram bem nos novos reforços. A começar pela maior contratação do futebol brasileiro até agora, Alexandre Pato, contratado para ser o novo camisa 7 do Corinthians por R$ 40  milhões. Apesar da série de lesões que teve, o ex-atacante do Milan da Itália, passou por uma bateria de exames, e segundo o departamento médico, está tudo bem com o jogador, deixando a torcida corintiana ainda mais eufórica com a chegada do craque. O zagueiro Gil e o meia Renato Augusto, também estão recém chegados ao elenco.

Apresentação de Alexandre Pato, novo camisa 7 do Corinthians.

O Santos também fez uma boa pedida, fechou com o argentino Montillo, que já chegou com moral portando a camisa 10 da equipe, e como conhecemos a habilidade do cara, promete fazer boa dupla com Neymar e dar trabalho na área dos adversários.
Podemos destacar também na equipe do peixe, a contratação do meia Cícero, que rescindiu contrato com o São Paulo, e claro, o grande batedor de faltas, Marcos Assunção, que já saiu do Palmeiras é só falta assinar a papelada com o Santos.

Por falar em Palmeiras, parece que a má fase está demorando pra passar. Marcos Assunção já está no Peixe, Valdívia voltou com dias de atraso da apresentação, em entrevista chamou dirigentes de “babaca”, saiu machucado do treino de hoje (nada grave)... enfim, coisas de Valdívia. Até agora, o Palmeiras ainda não revelou novidades para reforçar o elenco, mas está em negociação com Riquelme, do Boca Juniors. A boa notícia é que Barcos renovou contrato, já é um conforto para o torcedor palmeirense.

Já o São Paulo ainda não encontrou a “cereja do bolo” para substituir Lucas, vendido ao PSG da França. A grande contratação foi o zagueiro Lúcio, pentacampeão pela Seleção Brasileira, para uma zaga que estava indo muito bem, obrigada. Entraram os atacantes Wallyson, ex-Cruzeiro, Aloísio do Figueirense e Negueba, que veio do Flamengo, mas que sofreu grave lesão durante os treinos e teve que passar por cirurgia. O grande nome para substituir Lucas seria o chileno Vargas, do Napoli, mas o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, informou a imprensa hoje, que o Napoli mudou o valor do empréstimo três vezes, dificultando a negociação. O tricolor acabou desistindo do atacante e pelo visto, não fará mais contratações para a posição.

O volante Elias é apresentado no Flamengo.
No Flamengo, Vagner Love se despede rumo ao CSKA, da Rússia, mas chega ao clube o lateral João Paulo, o meia Gabriel, o zagueiro Alex Silva que retorna do Cruzeiro e o volante Elias, ex-Corinthians, que com seu estilo de partir para o ataque, poderá dar muitas alegrias a torcida rubro negra.
Já no Vasco, os novos destaques são o atacante ex-Cruzeiro, Thiaguinho, o volante Sandro Silva, o meia Pedro Ken e o atacante Leonardo, emprestado pelo Atlético-MG.


Os estaduais prometem ser bem acirrados. Libertadores da América e Campeonato Brasileiro, nem se fala. O investimento para reforçar o futebol brasileiro é bom para todos. Nossos torneios ganham visibilidade mundo afora, as competições cada vez mais equilibradas e emocionantes.

Façam suas apostas, 2013 promete, e o bixo vai pegar!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Plantando a discórdia


No último domingo, fez uma semana que o Corinthians conquistou pela segunda vez o Mundial de Clubes da FIFA. Vitória indiscutível, marcada pelo amadurecimento da equipe dentro de campo, por ter encarado o “temido” Chelsea de igual para igual, (diferente do Santos quando jogou contra o Barcelona no ano passado), pelas incríveis defesas do goleiro Cássio, e pelo grande estilo de conduzir o time taticamente e psicologicamente do bravo técnico Tite.

No decorrer da semana, como era de se esperar, os torcedores fizeram a sua festa, e era possível ouvir um “Vai Corinthians” em diversos pontos do país e do mundo. Mas isso não agradou a todos, pois o Corinthians é considerado o maior rival dos times brasileiros, em principal, dos times paulistas.
Todo torcedor fanático tem amigos, parentes e até conjugues, que torçam para algum time rival, extremamente normal. Mas o que estimula tamanho sentimento de discórdia entre os torcedores? Isso pode começar entre os próprios jogadores.

Podemos citar aqui vários exemplos bem recentes. Um deles foi no jogo da última rodada do Campeonato Brasileiro, o clássico São Paulo x Corinthians no Pacaembu, partida que terminou em 3x1 para o São Paulo. O goleiro Cássio desceu as escadas para o vestiário, e fez um gesto obsceno “_|_” para a torcida tricolor que estava no Tobogã, da qual ficou bastante irritada com a atitude do goleiro corintiano. E a imagem desse momento girou na internet. Moral da história: quem torce para o São Paulo, mas tinha pelo menos o mínimo de apreço pelo Cássio por ele ser um bom goleiro, passou a detestá-lo.

Goleiro do Cássio faz gesto para torcida do São Paulo, após derrota no Pacaembu.

Outro disseminador da discórdia foi lateral-esquerdo do Santos, Léo, que declarou durante uma entrevista a Rádio Estadão ESPN, que “quem está acostumado com rodoviária não pode ir a aeroporto”, se referindo à torcida do Corinthians, em virtude da confusão causada por eles no embarque do time no Aeroporto de Guarulhos. O polêmico Emerson Sheik não deixou barato, e deixou um recado “amistoso” em seu Twitter, que muito provável, seria para rebater as provocações de Léo.

O atacante corintiano, Emerson Sheik, rebate ofensas de Léo em seu Twitter.

Resumindo: o Corinthians voltou campeão, e o santista ficou com cara de taxo, chegando até a se desculpar publicamente para a torcida fiel. Já era tarde! Sheik, em cima do trio elétrico mandou um “Chupa, Léo” em alto e bom som durante a comemoração do título nas ruas de São Paulo.


O bom exemplo

Jogador tem muita influência sobre os torcedores, portanto eles como profissionais devem dar o exemplo dentro e fora de campo. Atitudes como essas, de provocações e desrespeito com o adversário, faz crescer o ódio entre as torcidas rivais, aumentando a violência nos estádios e, afastando as pessoas de ver uma boa partida de perto.

Não podemos negar que rivalidade é bom sim, que é divertido brincar com seu colega citando os pontos fracos que o time dele tem, que afinal TODOS têm, é um gosto a mais para o futebol. Mas não tem jeito, torcedor se deixa levar por sua paixão pelo time, e não pela razão, e infelizmente os atletas acabam sendo espelho para isso. E vamos pensar bem, de que adianta o cara que é profissional, alfinetar um clube hoje, que amanhã por uma boa quantia em dinheiro, poderá defende-lo dentro de campo? Complicado!

Vale lembrar que são colegas de trabalho, no domingo de clássico estão se pegando dentro do campo, mas na segunda-feira a noite estão juntos na balada. É o certo, é o esporte. E como disse Jorge Henrique em recente declaração “A rivalidade é dentro de campo e durante a temporada. Fora somos todos amigos”. Disse o atacante corintiano, que foi convidado por Denílson, volante do São Paulo, a um jogo festivo na Paraíba com o uniforme tricolor. Mas... ele tapou o escudo do clube com fita isolante no calção e na camisa, segundo ele “em respeito” a fiel, que mesmo assim o criticou nas redes sociais.
Depois eles enchem a boca em campanhas, pedindo paz no futebol. Lamentável!

Enfim, espero da temporada 2013 muitas emoções em campo, mais futebol bonito de se ver e menos confusões, tanto entre os jogadores, quanto entre os torcedores.


Jorge Henrique tapa escudo do São Paulo durante jogo festivo na Paraíba.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A sonhada despedida perfeita


O torcedor são paulino pôde comemorar na última quarta-feira, 12/12, a conquista da Copa Sul-Americana, quebrando o jejum de quatro anos sem títulos, após a conturbada partida de apenas um tempo, contra os argentinos “catimbeiros” da equipe do Tigre. E claro que essa comemoração teve um gosto pra lá de especial: a despedida do garoto Lucas.

Em entrevistas a imprensa nos dias que antecediam a final, o dono da camisa 7 se emocionou inúmeras vezes e não segurou o choro, demonstrando já sentir saudades do clube, de seus colegas e da torcida são paulina. E já dizia a sua meta: conquistar o título pelo São Paulo, para ter o sentimento de dever cumprido.

O garoto chegou aos 13 anos no CT de Cotia, havia saído recentemente do grande rival tricolor, o Corinthians, mas mostrou boa adaptação e identificação com o clube. O meia estreou em Agosto de 2010, pelo Campeonato Brasileiro, contra o Atlético-PR nos últimos minutos de jogo, usando a camisa 37, com nome “Marcelinho”, apelido este de criança por sua semelhança física com o ex jogador corintiano, Marcelinho Carioca.
Tão logo, Lucas já estava como titular na equipe, número novo na camisa, e se destacando com suas arrancadas e estilo de jogo decisivo.

Em agosto deste ano, Lucas foi negociado para o Paris Saint-Germain por 43 milhões de Euros, cerca de 113 milhões de reais, maior negociação de um jogador no país para um time do exterior. Mesmo fechado, pôde terminar a temporada no São Paulo, sempre muito focado no time e com sede de gols e títulos.

O São Paulo chega a final da Sul-Americana, contra o Trigre-ARG, com jogo de volta no Morumbi, tudo conspirando em prol da final perfeita que Lucas sonhou.
67 mil torcedores compareceram ao estádio naquela noite de quarta-feira. Lucas foi ovacionado pela torcida desde o momento que entrou no campo. Eram faixas, um mosaico de letras com “Obrigado Lucas” e uma grande bandeira com a imagem de seu rosto, que subiu aos céus por meio de balões a gás hélio com os dizeres “Este honra a camisa”, tudo em agradecimento por sua raça e amor pelo time.



Com o São Paulo muito superior ao adversário na partida, o dono da festa marca o primeiro gol e dá assistência ao segundo, marcado por Osvaldo. Para delírio da torcida e explosão de felicidade do garoto, que tentava manter a concentração e superar a ansiedade. Durante o jogo, Lucas foi derrubado inúmeras vezes, pisado e até levou cotovelada no nariz causando sangramento.

Após a confusão nos bastidores do intervalo do primeiro tempo, valeu a pena todo o suor e sangue derramados, finalmente o sonho do garoto se tornou realidade. São Paulo é Campeão da Copa Sul-Americana.

Lucas estava se despedindo do São Paulo em grande alegria. No pódio, foi presenteado com a faixa de capitão por Rogério Ceni e pode levantar a taça de Campeão diante de seus colegas e de toda a América. Ainda no pódio, discursou emocionado para a torcida: “Esse título é para vocês, e um dia eu quero voltar e vestir essa camisa maravilhosa e ganhar mais títulos para vocês”. Declarou ele.

Tirando toda a confusão causada pelos argentinos, dia 12/12/2012 será uma data que ficará marcada na vida de Lucas e do torcedor são paulino. O garoto de apenas 20 anos, começa a traçar sua jornada rumo a Europa, deixa sua marca e torna-se ídolo da torcida do São Paulo, que será eternamente grata e que já aguarda ansiosamente pela volta de seu dedicado camisa 7.

Boa sorte ao Lucas, nossa grande promessa brasileira para o futebol Mundial.



Não viu ou quer rever? Assista agora o emocionante discurso de Lucas na final da Sul-Americana: